Arquivo da categoría: Alberte Pagán

Narrativas erosionadas: Maurice Blanchot visto por Gary Hill

Thomas l’osbcure, de Maurice Blanchot.
Thomas l’osbcure, de Maurice Blanchot.

Alberte Pagán. Thomas o Obscuro (Maurice Blanchot, 1941) é umha novela ontológica sem argumento e sem personages, porque o Thomas do título nom existe ao tempo que é todos os homes e todas as criaturas, um ser proteico que pode cessar de ser humano para se converter em gato; e Anne é, pode ser, um desdobramento de Thomas que existe e nom existe, aranha e mulher, ela e a sua mai a um tempo. Anne aparece quando Thomas morre, quiçá el morre para que ela naza. Quando Thomas morre converte-se no cadáver de toda a humanidade. Nom som, ao tempo que existo, di Thomas. Penso, e portanto nom som. Thomas é um ser sem cabeça e sem braços e sem presença, cumha absoluta ausência de desejo. Seguir lendo Narrativas erosionadas: Maurice Blanchot visto por Gary Hill

“Famadihana”, a volteadura dos ossos

Estaçom de trem de Antsirabe
Estaçom de trem de Antsirabe

Alberte Pagán. Nom existe umha teleologia da vida. A nossa existência nom tem mais sentido que a de umha pinga de água caindo na montanha. Mas certas gentes insistem em pregarem desígnios cósmicos para essa pobre gota, convertendo-a em mensageira divina à que se lhe adjudica a missom de regar e fomentar a vida na floresta. Seguir lendo “Famadihana”, a volteadura dos ossos

A semente mais erótica

Inflorescência masculina e fruto feminino na porta duns banhos na Côte d’or de Praslin.
Inflorescência masculina e fruto feminino na porta duns banhos na Côte d’or de Praslin.

Alberte Pagán. Nas ilhas de Maldiva nasce a planta/No profundo das águas, soberana,/Cujo pomo contra o veneno urgente/É tido por antídoto excelente. Assi descreve Luís de Camões, nos Lusíadas (canto X, estrofe 136), esse estranho e cotizado fruto (“pomo”) que hoje chamamos coco-do-mar ou coco duplo e que crece unicamente em Praslin e Curieuse, duas ilhas do arquipélago das Seychelles. Mas quando Camões fazia a sua descriçom do mundo conhecido as Seychelles, desabitadas, estavam ainda por descobrir. Seguir lendo A semente mais erótica

A música mecánica de Pierre Bastien

O mecano de Bastien em descanso
O mecano de Bastien em descanso

Alberte Pagán. O 12 de maio passado o músico francês Pierre Bastien actuou no Liceo Mutante de Pontevedra. O elemento visual é tam importante nas actuaçons de Bastien que chega a ser imprescindível. A sua música mecânica funciona melhor em directo, quando vemos o que escoitamos e escoitamos o que vemos. Seguir lendo A música mecánica de Pierre Bastien