Alberte Pagán. Entre o 5 de outubro de 2018 e o 3 de março de 2019 tivo lugar, no Museu Centro Gaiás da Cidade da Cultura compostelá, a exposiçom “Castelao magistral”, artelhada arredor do seu óleo A derradeira liçom do mestre. Era a primeira vez que o quadro, pintado em Buenos Aires e propriedade do Centro Galicia da capital portenha, visitava a Galiza. Titulado A derradeira leición do mestre, este grande óleo de 1945 retoma e amplia a pequena estampa número 6 que no álbum de guerra Galicia Mártir (1937) levava por título “A derradeira lección do mestre”.
Dous nenos, um de pé, o outro ajeonlhado, choram o cadáver do seu mestre assassinado polo fascismo. O mestre tem o rosto de Alexandre Bóveda, intelectual galeguista e candidato da Frente Popular fuzilado o 17 de agosto de 1936.
O 11 de outubro de 2018 solicitei permisso para filmar o quadro de Castelao cunha cámara de vídeo doméstica durante cinco minutos. A minha idea era fazer umha breve película que documentasse e deixasse constância do fugidio passo da pintura pola Galiza. Desde o departamento de comunicaçom da Cidade da Cultura invitárom-me esperar uns dias polo regresso do nesse intre ausente coordenador de “Comunicación e Marketing”, mas adiantam-me que “nom creo que haja nengum problema”. E a resposta nom tardou em chegar: “A Fundaçom Cidade da Cultura de Galiza tem cedidos os direitos de image desta obra para acçons exclusivamente vinculadas à comunicaçom da exposiçom ‘Castelao maxistral’. O emprego de images para usos doutra natureza deve ser autorizado pola propriedade do quadro: o Centro Galicia de Buenos Aires.”
Assi, sem mais. Nom sei, quiçá resulte ingênuo esperar que a Cidade da Cultura, que a fim de contas é quem está em comunicaçom co Centro Galicia, tramite a solicitude. Mas nom deixa de resultar curiosa a ausência, no correo do coordenador, da mais mínima cortesia, é dizer, dum nome ao que dirigir-me, um endereço, um número de telefone. Busco pola minha conta os correos do Centro Galicia e remito-lhes a petiçom. Nom recibo resposta, nem sequer o acuse de recibo solicitado (nunca entenderei por que há gente que se nega a acusar o recibo dos correos; a que tenhem medo?). Passados os dias e utilizando como escusa a possibilidade, ante a falta de resposta, de que o meu correo se perdera no limbo virtual, reenvio a solicitude. Esse mesmo dia, 26 de outubro, obtenho resposta, ainda que sucinta: “Su mail ha sido entregado a los directivos de la entidad que lo evaluarán y le responderemos.” Até hoje, o quadro já de volta em Buenos Aires, nom volvim saber deles.
A exposiçom “Castelao magistral” foi inaugurada polo presidente da Junta da Galiza, membro dum partido político que é herdeiro directo do franquismo que Castelao denúncia no seu quadro. O presidente fundador do partido formou parte do governo fascista de Franco e foi o promotor dessa faraônica obra que é a Cidade da Cultura. O seu partido sempre votou em contra ou se abstivo nas numerosas votaçons celebradas no parlamento espanhol para condenar o regime de Franco.
Com que ânimo se enfrenta esta gente a Castelao? Se nom podes negá-lo porque a sua figura se volveu gigante, apropria-te del, incorpora-o, fagocita-o. E é assi como convertem um quadro anti-fascista numha “homenage ao ensino”. Literalmente (tirado da página da Cidade da Cultura): “unha homenaxe ao papel que xogaron na construción do ensino público os mestres e mestras das tres primeiras décadas do século pasado (1900-1936)”. Seria cômico se nom fosse nojento.
E já que me resultou impossível deixar constância do passo d’A derradeira liçom do mestre pola Galiza, pola presente deixo constância da impossibilidade de deixar constância do passo pola Galiza d’A derradeira liçom do mestre.
Tentei dissimular o enfado. Vejo que nom o conseguim. Talvez tenha mutado numha genreira permanente.
¡ Hola Alberte ! ya veo que hoy estás enfadado y seguramente con razón, a veces por la labor de directivos apáticos ocurren cosas como las que señalas. Es una pena.
Por el contrario, yo estoy muy contenta, me sucedió esto que ahora quiero compartir: hace algo más de una hora, devuelta del hospital del Barbanza, paré en el Gadis a comprar unos alimentos y cual sería mi sorpresa que hoy regalaban un libro, “Relatos da Ulloa”, el escritor es, Xulio Pardo de Neyra”. No he leído nunca nada de este escritor de Lugo pero espero pasar un buen rato con él, ahora ya tengo prendida la curiosidad como siempre me ocurre con los nuevos escritores. Hago este comentario por si a alguien le interesa el libro, que sepa adonde ir a buscarlo.
La exposición “Castelao magistral” he ido a verla. Ha sido magistral,como el magistral don Alfonso Daniel Manuel Rodriguez Castelao.
Biquiños palmeiráns.
P.D. Un cariñoso recuerdo para Antonio Fraguas.